‘Tudo isso é inaceitável em termos sociais’, diz Janine
Em: 18 Setembro 2015 | Fonte: O Globo
Ministro da Educação considerou assustador o resultado da Avaliação Nacional da Alfabetização divulgado nesta quinta-feira
BRASÍLIA. Ao apresentar os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, considerou que o teste expõe com transparência o “drama da má alfabetização” no país. Ele considerou “assustador” que alunos do 3º ano do ensino fundamental não saibam ler ou escrever.
Em matemática, 57% dos alunos apresentaram níveis inadequados de aprendizado na avaliação de 2014 — praticamente o mesmo índice do ano anterior, quando o exame foi aplicado pela primeira vez. Em leitura, 22,2% tiveram a pior menção, pouco menos que os 24,1% vistos em 2013. Na escrita, 35% dos estudantes ficaram em níveis considerados inadequados. Devido a mudanças na metodologia, não há comparação com o ano passado em leitura.
— Queremos que todos saibam do drama, mas queremos denunciá-lo, porque tudo isso é inaceitável em termos sociais. Um diagnóstico precisa ser transmitido para se ter a dimensão do problema e para que a sociedade possa perceber como é grave conviver com a situação de 22% das crianças não saberem ler de uma maneira adequada — afirma Janine.
Com os dados da pesquisa, de acordo com Janine, as redes estaduais e municipais poderão saber onde investir melhor os recursos e buscar as melhores soluções. Ele destacou, entretanto, que mesmo em condições difíceis, é possível verificar êxitos, especialmente em escolas que têm nível socioeconômico baixo, de acordo com indicadores desenvolvidos pelo MEC, mas que conseguiram resultados bons.
Uma lista de exemplos de sucesso foi divulgada pelo MEC durante a coletiva de imprensa. O ministro mencionou o caso de Paulino Neves, no Maranhão, que diminuiu a proporção de alunos no nível 1 em leitura de 72,9% para 45,7% — uma queda de 27,1%. Janine também ressaltou o Ceará, que exibe índices melhores que a média brasileira, como um exemplo. Ele atribuiu os avanços ao ex-ministro da Educação Cid Gomes, que foi governador do estado.