Reta final: a 30 dias do Enem, profissionais orientam pais e filhos
Em: 24 Setembro 2015 | Fonte: G1
Psicóloga pede menos pressão aos pais e tranquilidade aos candidatos.
Veja também o que fazer nos últimos 30 dias antes do Enem.
Um mês, quatro semanas ou 30 dias: é o tempo que falta para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Este ano, mais de sete milhões de brasileiros vão fazer a prova. Em Pernambuco, são mais de 390 mil inscritos. E há uma verdadeira legião de pais também ansiosos por esse momento.
O G1 traz dicas para toda a família nesta reta final. O que fazer para ajudar na escolha profissional dos filhos? Como acompanhar esse processo, sem pressionar e sem projetar expectativas de maneira negativa? O que fazer para lidar com nervosismo quando vai se aproximando a hora de fazer a prova?
Todos são personagens de uma relação de influências que começa bem antes, quando os filhos ainda são crianças. De acordo com a psicopedagoga Simone Bérgamo, o papel dos pais na infância e na adolescência é definitivo para traçar os objetivos da vida profissional dos adolescentes. "A entrada para a universidade é um sonho que não é só deles [dos jovens], mas também dos pais. A figura deles é a presença marcante não só de tudo que desejam, mas do que foi construído em cima dessa base familiar", afirma.
As considerações da psicóloga e orientadora profissional Eduarda Ferrari também podem ajudar as famílias a passarem por esse processo tão importante, desde a decisão do curso até a hora do exame. Ela defende que a palavra de ordem é equlíbrio. Confira:
1) O período de escolha
Pais - É na fase entre a infância e a juventude que a escolha da profissão aparece. Vem a autonomia, o começo da independência dos filhos e isso pode assustar. "Os pais se sentem um pouco inseguros e ansiosos. Isso acaba repercutindo na escolha da profissão do adolescente", alerta Ferrari.
Filhos - É um momento de mudança, de amadurecimento, do modo de pensar, de olhar o mundo. "A melhor dica aqui é buscar orientação profissional para reconhecer as habilidades e o que se quer para o futuro", diz a psicóloga. Conversar com professores e buscar informações sobre as profissões também pode ajudar bastante, segundo a psicóloga.
2) A pressão para escolher
Pais - Moderação deve funcionar como uma espécie de mantra, dia a dia. "Os pais também se sentem pressionados porque parecem passar por uma avaliação social. Se o filho é aprovado, a educação foi boa. Caso contrário, a culpa está nos pais. Isso cria uma tendência de querer escolher pelos filhos e isso não é saudável", afirma Eduarda Ferrari. Para ajudar neste momento, o ideal é manter um diálogo para tirar as dúvidas do estudante sobre as profissões.
Filhos - Tranquilidade na cabeça e no coração. Com a quantidade de cursos existentes no mercado, a escolha fica muito mais difícil. Às vezes, a pressão acaba fazendo com que os filhos queiram simplesmente ser aprovados no vestibular, sem pensar direito no curso que estão escolhendo. "Há situações em que o estudante escolhe um curso com menos concorrência só para ser aprovado", completa a psicóloga.
3) Estudando para a prova
Pais - Quanto mais perto do exame, maior a ansiedade. É natural, mas o conselho é a harmonia. É preciso controlar os próprios anseios para não projetar o nervosismo no filho. "É uma época em que toda a família se envolve. Seja na rotina de estudos em casa, acompanhando a escola ou pagando cursinhos e matérias isoladas para ajudar na preparação. O peso da responsabilidade é grande, mas é importante não esquecer de sempre manter um equilíbrio. Não adianta, por exemplo, proibir os filhos de se sair e de se divertir", conclui Ferrari. A psicóloga destaca que o segredo está em acompanhar sem pressionar. Não deixar de falar sobre o assunto, mas também não cobrar demais.
Filhos - Os dias que antecedem a prova são para revisar o conteúdo, como mostrou o G1. "Não adianta querer estudar assuntos novos em cima da hora. É tempo de relaxar também. Ficar em cima dos livros 24 horas por dia só vai atrapalhar", complementa Eduarda. A mente acaba ficando muito cansada. Por ser um exame longo, o Enem exige um racionício tranquilo e descansado. Não deixar cair a confiança em si é fundamental.
4) A hora da prova
Pais - Manter a calma e lembrar que o foco do dia é o filho. Tranquilizar o estudante é fundamental. E se a prova do primeiro dia não for tão boa? "Apoiar completamente o estudante. É um momento muito difícil para eles", lembra a psicóloga. E passar o sentimento de que o segundo dia de provas vai ser melhor, mostrando que pai e mãe são suporte para o aluno.