Mercado reage bem a Renato Janine para o MEC

Em: 31 Março 2015 | Fonte: Valor Econômico

O mercado reagiu bem à nomeação do filósofo Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação (MEC). Ontem, no primeiro pregão após o anúncio, as ações das companhias de ensino superior fecharam em alta.

Os papéis da Estácio terminaram o dia entre as maiores altas do Ibovespa, com valorização de 5,04%. As ações da Kroton avançaram 3,24%. Já Anima e Ser Educacional subiram 3,60% e 1,31%, respectivamente.

"Ainda não sabemos qual será exatamente a linha adotada pelo novo ministro, que tem uma opinião forte sobre o setor privado. Mas qualquer novidade que traga um rumo, uma estabilidade para o setor, é positiva", disse Gabriela Cortez, analista do Banco do Brasil. Outro analista que acompanha o setor destacou como positivo o fato de Janine não ser um político.

A diretora­executiva da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior (Abraes), Elizabeth Guedes, disse acreditar que Janine será um ministro exigente tanto para as universidades públicas quanto privadas. "Já sabemos que ele será exigente e isso é muito bom quando se trata de educação", afirma a diretora da Abraes, entidade que representa grandes grupos como Anima, Estácio, Devry, Kroton, Laureate e Ser Educacional.

Uma das maiores queixas dos grupos privados em relação a Cid Gomes, antecessor de Janine, é que ele não participava das reuniões sobre as novas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), com a alegação de que as mudanças tinham sido implementas pela gestão anterior.

Ontem, começou a valer a norma que exige uma pontuação mínima no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para que os estudantes possam pleitear o crédito educativo. Agora, o candidato ao financiamento precisa atingir pelo menos 450 pontos nas provas de matemática, português e ciências e não zerar em redação.

No Enem do ano passado, 529 mil alunos zeraram na redação, cujo tema foi "Publicidade Infantil em questão no Brasil", e apenas 250 conseguiram a nota máxima. Nas provas de conhecimentos gerais, a pontuação média variou de 473,5 no exame de matemática a 546,5 na prova de ciências humanas. As regiões Norte e Nordeste tiveram as menores notas no Enem. Não à toa, instituições de ensino e entidades dessas regiões entraram com ações judiciais para derrubar a exigência dos 450 pontos.

Mesmo com a barreira da pontuação, o site do Fies continuou instável ontem e os alunos tiveram dificuldade para se inscrever no programa de financiamento.

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