Faculdades pedem mais participação no novo Fies

Em: 05 Dezembro 2016 | Fonte: Valor Econômico

As instituições privadas de ensino superior querem voltar a participar do processo de mudança do Fies, nova versão do financiamento estudantil que vem sendo chamada de Fies Turbo ou 2.0, com lançamento previsto pelo governo para o começo de 2017. Até meados do ano, as faculdades privadas estavam trabalhando em conjunto com o Ministério da Educação (MEC) na elaboração do novo Fies, mas nos últimos meses o setor não voltou a ser chamado para reuniões.

Os representantes das escolas pretendem se encontrar com o ministro da Educação, Mendonça Filho, na semana que vem, para tentar acabar como o desconforto causado pela ausência de informações. "Nas últimas semanas, o ministro veio a público falar sobre o Fies, mas não sabemos de nada.Por isso, vamos à Brasília na terça- feira falar com ele", diz Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). "Não queremos ser surpreendidos com o Fies", afirma Hermes Figueiredo, presidente do Semesp.

Na sexta-feira, o MEC publicou no Diário Oficial da União mudanças na Lei do Fies. A mais relevante diz respeito à taxa bancária de 2% do Fies que antes era subsidiada pelo governo e neste segundo semestre passou a ser paga pelas faculdades. A sinalização inicial do governo era de que a cobrança dessa taxa seria provisória, mas as alterações na Lei do Fies dão a entender que a cobrança da taxa bancária será fixa às instituições de ensino.

De acordo o Semesp, que lançou um novo indicador mensal para o setor, o volume de matrículas em cursos a distância deve crescer 3,3% em 2017. Já no presencial, que representa a maior parte dos alunos, a base deve se manter praticamente estável - pequeno avanço de 0,7%. Em relação ao número de calouros, o Semesp prevê alta de 4,2% nos cursos a distância e de 1,1 % no presencial em 2017. "Ainda não dá pra falar em crescimento em 2017. É uma estabilidade nos cursos presenciais. No ensino a distância, o desempenho é melhor porque o valor da mensalidade é menor. Lembro ainda que em 2015 houve uma queda de 8,2%. Então, o crescimento é sobre uma base fraca", diz Capelato.

Neste ano, a estimativa é fechar com queda de 6,7% no total de matriculados nos cursos presenciais e redução de 3,6% nas modalidades a distância. Já o volume de calouros caiu 1,96% no presencial e ficou estável nos cursos a distância.

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