Cerca de um terço das vagas do Fies devem ficar ociosas este ano

Em: 29 Agosto 2016 | Fonte: Valor Econômico

O número de contratos de Fies firmados neste ano deve ficar na casa dos 222 mil, o que representa 68% do total de novos financiamentos estudantis ofertados, ou seja, mais de 30% das vagas ofertadas não devem ser preenchidas, segundo dados do Mapa do Ensino Superior do Semesp, o sindicato das instituições de ensino superior.

A maior sobra vagas de Fies ocorreu no primeiro semestre, quando o governo abriu 250 mil novos financiamentos, mas cerca de metade não foi preenchida. Nestes segundo semestre, a expectativa é que quase todas as 28 mil vagas remanescentes sejam preenchidas, uma vez que o Ministério da Educação (MEC) flexibilizou bem as regras permitindo, inclusive, que pessoas com diploma de ensino superior tenham acesso às vagas que sobraram.

ProUni

Em relação ao ProUni, programa de bolsas de estudo a alunos carentes, foram ofertadas neste ano 329 mil - mesmo patamar do registrado em 2015. Mas houve um aumento no volume de bolsas parciais que pode ser de 50% ou 75% do valor da mensalidade. Neste ano, foram 162,4 mil bolsas parciais e 166,5 mil bolsas integrais. No ano passado, 124,5 alunos conseguiram descontos nas mensalidades e outros 204,5 mil foram beneficiados com uma bolsa integral pelo ProUni.

Ainda de acordo com estimativas do Semesp, o ano deve encerrar com 5,65 milhões de alunos matriculados em faculdades privadas —praticamente o mesmo volume de 2015. No entanto, considerando somente os cursos presenciais a previsão é de uma queda de 3,2% — o que deve ser compensada pelas matrículas no ensino a distância que devem crescer 9%.

A queda nos cursos presenciais é devido à redução do Fies — o financiamento estudantil não pode ser acessado para o ensino a distância.

Os dados oficiais do setor ainda não foram divulgados pelo MEC, que só deve publicar o balanço de 2015 em dezembro, ou seja, com um atraso de um ano.

Em relação ao número de novos alunos neste ano, a previsão do Semesp é que haja um incremento de 2,4% em relação a 2015. Esse aumento é puxado também pelo ensino a distância, cujo volume de calouros deve aumentar 11%. Já no presencial, a quantidade de novas matrículas deve cair 1,8%.

Pós-graduação

O mapa do Semesp mostra que o número de matrículas em pós-graduação (mestrado, mestrado profissional e doutorado) aumentou para 232,4 mil no Brasil em 2014, crescimento de 6,5% em relação a 2013, quando eram 218,1 mil. Na rede pública o aumento chegou a 6,1%, a 195,5 mil; na rede privada houve crescimento de 8,9%, para 36,8 mil.

O número de titulados em pós-graduação (mestrado, mestrado profissional e doutorado) alcançou 67 mil em 2014, alta de 1,4% sobre 2013.

Foram 55,6 mil titulados na rede pública (alta de 1,2%) e 11,4 mil na rede privada (alta de 2,4%).

O Mapa do Ensino Superior no Brasil 2016 aponta também que o país tem taxa de escolarização líquida de 17,6%. Por escolarização líquida, entende-se o percentual da população de 18 a 24 anos no ensino superior dividido pelo total da população nessa faixa etária.

Por Estados, o que tem maior escolarização líquida é o Distrito Federal (33,6%), seguido de Santa Catarina (24,9%), Paraná (22,2%), Mato Grosso (22,1%) e São Paulo (21,4%).

“Apesar do momento de instabilidade por que passa o país, o setor do ensino superior privado tem feito muito para democratizar e melhorar a qualidade da educação brasileira, ampliando cada vez mais seu papel como agente econômico e social”, diz o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

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