ABMES defende, no Senado, o ingresso do capital estrangeiro nas IES
Em: 04 Maio 2009
A participação do capital estrangeiro nas instituições educacionais foi o centro dos debates da audiência pública realizada nesta quarta-feira (29) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.
Antonio Carbonari Netto, Diretor Técnico da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), participou da audiência pública no Senado e defendeu o ingresso do capital estrangeiro. "Os estrangeiros querem investir no Brasil que é um país com baixo índice de diplomados, ou seja, somos um grande futuro para os investimentos". Para Carbonari o capital estrangeiro, assim como qualquer capital, é sempre bem vindo porque auxilia na manutenção da escola, da faculdade e da universidade.
"Hoje as instituições brasileiras precisam de financiamento. Nada mais justo que buscá-lo em qualquer lugar do mundo", analisou o Diretor. Para a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, o ingresso do capital estrangeiro é um processo de desnacionalização da educação e precisa ser regulamentado. A UNE defende que a entrada do capital seja limitada a 30%. "Acreditamos que a educação é um setor estratégico para o desenvolvimento da nação e, portanto, deve ser encarada como um direito e não como uma mercadoria". Para Stumpf o ensino superior atual forma uma grande quantidade de alunos e uma boa parte desses alunos acaba não atuando em sua área de formação.
O senador Cristovam Buarque, também presente da audiência pública do Senado, rebateu afirmando ser mais conveniente ter desempregados com curso de ensino superior do que desempregados analfabetos. De acordo com Cristovam a economia brasileira precisa se transformar na economia do conhecimento, caso contrário, a educação no país não terá futuro. O senador disse ainda não ter preconceito quanto a entrada do capital externo, mas, ressaltou que é necessário sepreocupar com os princípios educacionais.
Paulo Wollinger, Diretor de Coordenação e Supervisão da Secretaria de Educação Superior do MEC, afirmou que o fechamento total da participação do capital estrangeiro seria prejudicial. Segundo ele é necessário regulamentar a questão e avaliar se o investimento contribui para o projeto nacional de educação superior.